quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Hipermercado é condenado por vender chocolate vencido


O juiz titular da 15ª Vara Cível de Campo Grande, Flávio 
Saad Peron, julgou parcialmente procedente o pedido 
ajuizado por S.Z.B., S.Z.B. e S.Z. contra um hipermercado, 
condenado ao pagamento de indenização por danos morais 
no valor de R$ 1.500,00 para cada uma das autoras, em 
razão da venda de produtos com o prazo de validade vencido.

De acordo com os autos, no dia 20 de junho de 2012, a 
primeira autora comprou no estabelecimento do réu uma 
caixa com quatro unidades de um chocolate com recheio de 
gelatina, fabricada por uma indústria de alimentos.

No mesmo dia, enquanto as mesmas comiam o chocolate, a 
segunda autora teria encontrado uma “larva” no recheio. 
Assim, elas cuspiram o alimento e sofreram repulsa, náuseas 
e enjoo por terem comido o chocolate, que só foi sanado 
após  elas comprarem um sal de fruta para diminuir o mal-
estar.

Alegam ainda que o produto estava com o prazo de validade 
vencido e que, após avisarem o hipermercado sobre 
ocorrido, ele teria se comprometido a retirar toda a 
mercadoria de circulação.

No entanto, narram que no dia 22 de junho de 2012 a 
Secretaria Municipal de Saúde Pública foi até o 
estabelecimento do réu, depois de ser notificada pelas 
autoras e verificou que o chocolate ainda estava sendo 
comercializado, tendo multado o local e apreendido a 
mercadoria.

Desse modo, com relação aos danos causados, as autoras 
pedem a condenação do hipermercado e da empresa 
fabricante do produto ao pagamento de indenização 
sugerido na quantia de R$ 50.000,00 para cada autora.

Em contestação, o hipermercado relatou que não existem 
provas do consumo dos produtos e nem que o corpo 
encontrado é realmente uma “larva”, e estava mesmo 
inserido no chocolate. 

Defende que as fotografias apresentadas não demonstram 
indícios de que os produtos foram consumidos ou que foram 
comprados em seu estabelecimento, além de que mostram o 
tal corpo estranho na parte externa da embalagem.

A empresa também sustentou a necessidade de perícia de 
ação cautelar específica ou por órgãos administrativos e 
frisou que o fato dos chocolates estarem vencidos já teria 
sido resolvido administrativamente, sem motivo de 
indenização. 

Por fim, alegou a inexistência de prova dos danos alegados 
das consequências da ingestão do produto, a existência de 
larvas no produto não passaria de mero aborrecimento.

Também em contestação, a fabricante do chocolate alega que 
a culpa pelo fato é exclusiva do hipermercado, pois 
comercializou um produto impróprio.  Afirma também a 
falta de provas de que as autoras teriam consumido o 
produto, pois, de acordo com as fotos, a “larva” era 
perceptível ao olho humano. Com relação aos danos morais, 
argumentou que os defeitos apresentados não ocorreram 
durante a fabricação ou distribuição do chocolate e que a 
infestação da suposta “larva”, ainda viva, teria ocorrido após 
a sua fabricação e próxima à data do consumo, 
provavelmente até no local onde fica armazenada antes de ir 
a exposição no hipermercado.

O magistrado analisou que “destarte, reputo inviável 
verificar, de modo inconteste, a presença de corpo estranho 
no chocolate fabricado pela fabricante ré e comercializado 
pelo hipermercado réu, porque extremamente frágil o 
contexto probatório ofertado pelas requerentes. Por outro 
lado, é fato incontroverso, posto que não contestado pelos 
réus, além de comprovado pelos documentos que o prazo de 
validade do produto em discussão, adquirido em 20 e junho 
de 2012, como faz prova o cupom fiscal, havia se expirado 
em 07 de junho de 2012”.

Para o juiz, “a responsabilidade pelos danos daí decorrentes 
é exclusiva do supermercado réu, que comercializou o 
produto fora do prazo de validade. Destarte, entendo que 
apenas o hipermercado deve ser responsável pelos danos 
alegados, porque era dele o dever de fiscalizar a validade dos 
produtos colocados à venda e, não tendo assim agido, reputa-
se verificado o primeiro dos requisitos para a configuração 
da responsabilidade civil, qual seja, a sua omissão”.
Fonte: TJMS

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